sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

"Onde está o teu irmão?" - O descaso dos crentes egoístas com os necessitados...




“Onde está o teu irmão?”
“Não sei. Será que eu sou o guarda do meu irmão?” (Gênesis 4.9)



Há centenas de anos, o Senhor Deus perguntou a Caim: “Onde está o teu irmão?”. Mais tarde, as palavras podiam ser repetidas aos filhos de Jacó. O Senhor podia ter perguntado a Simeão, Rubem e Judá: “Onde está o vosso irmão José?” Ao longo da Bíblia, o Senhor podia ter perguntado a muita gente pelos seus irmãos. Por exemplo, Ele podia ter feito essa pergunta aos sete filhos de Jessé “onde está o vosso irmão Davi?”. Certamente, a resposta seria sempre a mesma: “Não sei. Será que eu sou o guarda do meu irmão?”.



O Senhor, hoje, ainda continua a fazer essa pergunta a cada um de nós: “Onde está o teu irmão?” Só que nós também respondemos: “Não sei. Será que eu sou o guarda do meu irmão?”.



E continuamos: “Tu que devias saber, Senhor. Eu não sei do meu irmão. Eu o vi, por acaso, há duas semanas no culto. Ele mal aparece, como é que posso saber dele? Vai lá procurá-lo, Senhor. Ele não tem aparecido, mas toca o coração dele para que venha. Envia os Teus anjos para despertá-lo…”



Esse tem sido o maior problema do cristão no tratamento dado aos fracos, aos excluídos, aos trôpegos e aos afastados da igreja. A cada dia, as pessoas têm esquecido a chave do avivamento – a oração – e do porta-chaves dessa chave – o amor. Muitas vezes a nossa oração não é ouvida porque o nosso coração está indiferente ao nosso irmão. O Senhor pergunta-nos “onde está o teu irmão?” e nós respondemos “não sei”.




Reitero como é comum darmos a mesma resposta de Caim quando somos indagados sobre o nosso irmão: “Não sei”. Já não há amor ao próximo e oração intercessora suficiente para compartilhar com o outro. Muitos esbanjam um currículo invejável, uma acervo de dons espirituais diferenciado, uma “santidade” quase palpável e visível, mas se esquecem de acolher aos fracos, doentes e necessitados (aqueles “órfãos e viúvas” que a Bíblia tanto fala).



Certa vez, meu professor de Filosofia disse que os cristãos tinham essa vida de “irmão” quando estavam dentro dos templos, onde ricos e pobres saudavam uns aos outros e se confraternizavam. Mas era só o culto terminar que ninguém se lembrava mais do vizinho. As desigualdades voltavam à tona. Infelizmente isso é fato. A igreja deve voltar a ter o amor acolhedor característico da igreja primitiva (Atos 2.44-47).



Se as pessoas não arrancarem o egoísmo dos seus corações, se continuar havendo uma desigualdade e desunião entre os crentes, se dissensões banais serem a tônica da práxis cristã enquanto os necessitados são marginalizados, se, em suma, houver falta de amor e compaixão a ponto de ser dito “Não sei do paradeiro do meu irmão”, o Senhor permanecerá desgostoso com tamanha ingratidão para com Ele, que nos proporcionou um amor acima da capacidade afetiva humana, oferecendo Jesus pelos nossos pecados.



"Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros." (I João 4 .11)



A-BD

Nenhum comentário:

Postar um comentário