terça-feira, 14 de agosto de 2012

Ser exemplo...





Era uma tarde de domingo ensolarada. José aproveitou para levar seus dois filhos ao parque de diversões. Acompanhado pelos meninos dirigiu-se à bilheteria e perguntou:
- Quanto custa a entrada?
O bilheteiro respondeu prontamente:
- São dez reais para o senhor e para qualquer criança maior de seis anos. A entrada é grátis se eles tiverem seis anos ou menos. Quantos anos eles têm?
José informou que o menor tinha três anos e o maior, sete. O rapaz da bilheteria falou com ares de esperteza:
- O senhor acabou de ganhar na loteria, ou algo assim? Se tivesse me dito que o mais velho tinha seis anos, ao invés de sete, eu não saberia reconhecer a diferença. Com isso o senhor poderia ter economizado dez reais.
O pai, sem se perturbar, disse:
- Sim, você talvez não notasse a diferença, mas os meus filhos certamente saberiam que eu não estava falando a verdade. E disto eu não abro mão. Isto não tem preço.
Sem a consciência que José tinha da importância de sermos verdadeiros em todas as situações do cotidiano, muitos de nós apresentamos uma realidade distorcida aos nossos filhos.
Algumas vezes, para economizar pequena soma em moedas, desperdiçamos o tesouro do ensinamento nobre e justo. Desconsiderando a grandeza da integridade e da dignidade humanas, permitimos que esses valores morais sejam arremessados fora, por muito pouco.
Nesses dias de tanta corrupção e desconsideração para com o ser humano, vale a pena refletirmos sobre os exemplos que temos dado aos nossos filhos.
Às vezes, não só mentimos ou falamos meias verdades, como também pedimos a nossos filhos que confirmem diante de terceiros as nossas inverdades. Agindo assim, estaremos contribuindo para a construção de uma sociedade moralmente enferma desde hoje.
Ademais, o fato de mentirmos nos tira a autoridade moral para exigir que nossos filhos nos digam a verdade, e muitos não percebem isto. Pensamos que pequenas mentiras não farão diferença na formação do caráter dos pequenos, mas isso é mera ilusão. Cada gesto, cada palavra, cada atitude que tomamos, estão sendo cuidadosamente observadas e imitadas por nossos filhos. Daí a importância da autoridade moral, tão esquecida e ao mesmo tempo tão necessária na construção de uma sociedade mais justa e digna.
E autoridade moral não quer dizer autoritarismo. Enquanto o autoritarismo dita ordens e exige que se cumpra, a autoridade moral arrasta pelo próprio exemplo, sem perturbação.
A verdadeira autoridade pertence a quem já conquistou a si mesmo, domando as más inclinações e vivendo segundo as regras do bom proceder.
Dessa forma, o exemplo ainda continua sendo o melhor e mais eficaz método de educação.
Sejamos assim, cartas vivas ilustradas com lições nobres para serem lidas e copiadas pelos que convivem conosco, principalmente nossos filhos.
Em tempos de enormes desafios, quando a ética e a moral têm sido relegados ao segundo plano, no cenário nacional, assegure-se de ter deixado um bom exemplo para aqueles com quem você convive, mas acima de tudo e principalmente, para os seus filhos.


Diz o poeta americano Ralph Waldo Emerson:
“Quem você é fala tão alto, que eu não consigo ouvir o que você está dizendo.”




Deus te abençõe!

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