segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O Veneno da Áspide


    


  Áspide é um termo originado do grego “aspis” que significa serpente, víbora. Uma cobra, afinal. Que, mesmo de pequeno porte, é portadora de veneno tremendamente letal.
          Ao longo da história, sua participação na vida de personalidades estabeleceu um cunho extremamente dramático, em vários episódios, à sua existência.
           Cleópatra, por exemplo, matou-se abraçada a um desses animais para usurpar a Otávio o prazer de vê-la, algemada e enjaulada, desfilando pelas ruas de Roma nas comemorações do Triunfo, evento que marcava o apogeu, o extremo da glória dos conquistadores romanos.
            Lucrécia Bórgia, assim nos narra a crônica dos tempos feudais, matou vários de seus maridos valendo-se dos “prestativos serviços” dos seus escorregadios executores. Se não ao vivo, através de picadas fatais, pelo menos indiretamente, através do veneno que, retirado de tais animais, ela se utilizava.
            E porque morriam os adversários de Cleópatra e Lucrécia Bórgia? Pergunta boba, não é verdade? Mas, vá lá, respondamos o óbvio. Porque seus corpos eram contaminados, completamente tomados pelo veneno das serpentes. É nesse ponto que quero me ater, me aprofundar. Jesus certa vez, falando aos discípulos, externou a importância de nos mantermos firmes em nossas convicções, em nossas posições diante da vida. Estas podem ser religiosas, políticas, esportivas, familiares, empresariais – desde que mantenhamos a fé. No livro de Marcos, por exemplo, capítulo 16, versículos 17 e 18, nos assegura: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal algum”. (Pena que os adversários de Cleópatra e Lucrecia Bórgia não chegaram a ter conhecimento dessa palavra!).
            Assim, se creem firmemente, se estão convictos, veneno algum poderá lhes fazer mal. Mas será que alguém poderá resistir, do ponto de vista físico, ao efeito do veneno de serpentes? Talvez não. Mas o termo utilizado por Jesus para serpente, ou áspide em outras traduções, não está restrito apenas ao mundo dos ofídios. Está relacionado sobremodo ao ofidiário humano. O que matou de antemão os adversários de Cleópatra e Lucrécia Bórgia foi o consumo da sedução das duas, das possibilidades que os homens viram, nelas, de arrancar-lhes grandes vantagens – ou, no mínimo, excitantes prazeres. A morte física constituiu-se, assim, em redundante consequência da proximidade que passaram a se permitir. Pois beber do veneno da sedução, no caso o envolvimento com as duas, implica quase sempre em morte. Daí, que é bom ir logo se perguntando: Será que não estou, nessa vida, muito próximo de serpentes?
            Pessoas com concepções perigosas de vida; situações traumáticas que nos asfixiam; modismos de conceitos ardilosos; sofrimentos, ódios, amarguras, fortes decepções, são realidades que nos envolvem e que ambicionam nos conquistar pelo contágio, pela inoculação lenta e contínua do veneno em nossas veias. Na verdade, vivemos num verdadeiro ofidiário, composto por situações que tentam nos corromper e por pessoas que tentam nos contaminar, não sendo fácil, portanto, resistir a tanto veneno. Mas Jesus nos dá o caminho para permanecermos imunizados: o caminho da fé. Nele. É o que nos garante ao dizer que os que creem pegarão em serpentes (pessoas) e beberão coisas mortíferas (notícias, informações, guerras, violências, corrupção, modismos), mas nenhum mal lhes acontecerá. Olhemos à nossa volta. Será que não dá para ouvir o sibilar das serpentes? Ssssssssssss!!! Quantas pessoas, formadoras de opinião, caem no sibilar dos ofídios...quantas... empresários, doutores, cantores, artistas, juízes, atletas, professores, políticos, sacerdotes, muitos e muitos...Tem serpente em todos os lugares. Veja um outdoor, leia um jornal ou uma revista, olhe a frente de uma banca de revistas, ligue a TV ou certas emissoras de Rádio, veja o Carnaval...Tudo em nome da diversão e por aí vai... Muita serpente... Quanta bebida mortífera! Olha a fé! Firmes na fé!!!


Deus te abençoe!

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