quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Será que o dia tem mesmo 24 horas? ...




Você já desejou que seu dia tivesse 30 horas, ao invés de 24? Eu já!


Alguma vez você já desejou que seu dia tivesse trinta horas, ao invés de vinte e quatro? Eu já! Essas horas extras seriam para aliviar a imensa pressão que pesa sobre nossos ombros, não é?

É comum deixarmos atrás de nós um rastro de tarefas inacabadas:

* cartas não respondidas,

* amigos não visitados,

* artigos não escritos,

* livros não lidos,

* telefonemas não dados,

* momentos não aproveitados para avaliar a vida,

decisões que precisamos tomar, etc.

Precisamos desesperadamente atenuar essa pressão que sempre paira sobre nós.

Será que trinta horas resolveriam seu problema? Será que resolveria o meu? Será que não ficaríamos frustrados, da mesma forma, preenchendo essas seis horas a mais e caindo na mesma armadilha?

Vamos olhar ao nosso redor. A tarefa de uma mãe nunca termina. Acontece o mesmo com o professor, ministro, empresário, estudante, seja quem for. Mais horas no dia não seriam suficientes para cumprirmos todas nossas obrigações e planos.

Quando os filhos requerem mais do nosso tempo; quando o trabalho acarreta maior responsabilidade, etc. passamos a nos esforçar mais sem termos tanta alegria em cumprir nossos compromissos.

Moro em São Paulo, a maior cidade do Brasil. Afirmam que há vinte milhões de pessoas vivendo na grande São Paulo. Observo indignado o que ocorre, geralmente, às sextas-feiras e nas vésperas de um feriado prolongado. Famílias saindo para viajar, pessoas tentando chegar às praias ou às montanhas, brigas no trânsito, todas as estradas que levam para fora da cidade congestionadas. Aparentemente, há aqueles que até apreciam esse corre-corre dos finais de semana e dos feriados. Mas ao voltarem no domingo à noite, parecem aliviados porque o passeio acabou.

Será que podemos considerar esse tipo de atividade como lazer? É possível que tenhamos perdido de vista a necessidade de um dia em sete para descansar?

Meditando sobre a vida e ministério de Jesus, concluímos que Ele não se apressava. Multidões O incomodavam, estranhos disputavam para tocar em Suas vestes. Pessoas com grandes necessidades perturbavam Seu sono e interrompiam Seu ensino.

Em apenas um dia, Jesus encorajou os discípulos, curou doentes, ensinou a multidão, alimentou cinco mil pessoas e ajudou um amigo que enfrentou uma tempestade no mar. Tudo isso e Ele ainda reservou um tempo para estar a sós com Deus (Jo 6.1-24).

Ao final de três anos de ministério, Ele pôde dizer ao Seu Pai que o trabalho para o qual fora enviado estava terminado.

Mas como? Ainda havia muitos doentes, endemoninhados, gente com fome e lugares para pregar. Como Ele podia dizer que a obra estava terminada? Vejamos:

1. DEPENDÊNCIA - Jo 8.28
Jesus disse: ''... nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou'' . Jesus andou em perfeita harmonia, e em total dependência do Pai.

2. OBEDIÊNCIA - Jo 15. 9,10
''Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço''.

Jesus alinhou a Sua vida com a do Pai e obedeceu a Palavra, o que Lhe trouxe total realização.

3. PROPÓSITO - Jo 8.14
''... porque sei donde vim e para onde eu vou''.

Toda ação de Cristo foi baseada no Seu propósito. Ele não discutiu se tinha tempo ou não para aceitar Suas atividades. Sua atitude foi deliberada: ''Por essa razão eu vim!''.

É óbvio que Jesus conhecia Suas prioridades e as colocava na ordem correta.

Quando nos detemos para avaliar friamente, compreendemos que o nosso problema real não é a escassez de tempo, mas sim prioridades erradas.

Quando eu era um menino, gostava muito de ir ao circo com meu pai. Eu ficava deslumbrado ao entrar naquele reino encantado sob a lona. Entretanto, não eram os palhaços e os animais que me fascinavam, mas o malabarista. Ele colocava sete pratos de porcelana sobre sete varas de ponta e os mantinha sempre girando em um incessante vai e vem, não permitindo que os pratos parassem, caíssem e se quebrassem.

Eu achava aquilo simplesmente inacreditável!

Isto é um quadro das nossas vidas e famílias. Temos inúmeros pratos de porcelana para girar. Tentamos nos desdobrar para equilibrar sempre firmes e ativos os diversos pratos que compõem o universo das nossas atividades.

Somos envolvidos pela tirania do urgente. O urgente luta por atenção. Grita e berra como qualquer criança mimada que, atirando-se ao chão, esperneia quando seus desejos não são satisfeitos.

O urgente ataca o lar e seus relacionamentos. Se pararmos para analisar a questão concluiremos que nossos relacionamentos familiares não estão como poderiam e deveriam ser, isso sem mencionar nossas vidas pessoais.

Trabalhamos cada vez mais, para alcançarmos cada vez menos significado no que fazemos. Nossos relacionamentos com nossos cônjuges e filhos diminuem assustadoramente em qualidade e quantidade.

Precisamos, desesperadamente, entender quais são as prioridades de Deus para nós e para nossas famílias, vamos dar uma olhada nelas:

Pessoas antes de coisas
Um jovem casal que se amava profundamente resolveu se casar. Os primeiros anos de vida em comum foram maravilhosos. Juntos montaram um negócio e a empresa prosperou. Mais tarde, vieram os filhos e a mulher deixou o trabalho para dedicar-se às funções de esposa e mãe. O negócio continuou a se expandir e eles puderam mudar para uma casa mais confortável, passando a usufruir, também, de um estilo de vida melhor.

Com o passar dos anos mudaram-se para uma das mais cobiçadas residências da cidade. Ela possuía diversos casacos de pele caríssimos e um carro do ano, ''top'' de linha.

Mas a excessiva entrega ao trabalho teve seu preço. A maior parte do tempo do marido consumia-se nos negócios. Uma noite, após um longo dia de trabalho ele ouviu a esposa chorando baixinho a seu lado, na cama:

- O que foi, querida?

- Acho que você não me ama mais!

- Como você pode dizer uma bobagem dessas? Olhe para a casa que temos, para seu carro. Você tem as roupas mais lindas da cidade. Ninguém daqui tem jóias tão caras quanto as que dou a você!

- Querido, eu não quero as coisas que você me dá. Quero você!

Nossa prioridade é, primeiramente, darmos a nós mesmos e então, as coisas materiais, seja para o nosso cônjuge, filhos ou pais.

Lar antes da profissão
Sei que para alguns acabo de tocar em uma questão difícil, especialmente para o homem ou mulher que anseia realizar-se profissional e/ou ministerialmente. Muitas pessoas casam com a profissão, esquecem suas famílias e acabam cometendo um certo tipo de adultério.

Cônjuge antes dos filhos
Conheço pais que se devotam tanto aos filhos, que colocam seus cônjuges em segundo lugar. O elo principal em uma família não é entre pais e filhos, mas sim, entre marido e mulher.

Esta verdade encontra ilustração na vida dos meus próprios pais. Ambos se deram totalmente a seus sete filhos e negligenciaram o seu relacionamento conjugal. Quando todos os filhos casaram e foram viver em seus lares, eles não sabiam mais viver entre si. Com o tempo o relacionamento desmoronou e eles acabaram se divorciando.

Filhos antes dos amigos
Pai, talvez seja necessário que você abra mão de seu compromisso de sábado à tarde com os amigos, do jogo de futebol com a turma do escritório, ou da visita já marcada, para ir passear com seus filhos, assistir o jogo da escola, fazer compras com sua filha ou pescar com seu filho.

Tal atitude, sem sombra de dúvida, mostrará a eles quanto você os considera importantes.

Cônjuge antes de si mesmo
Esta é realmente a essência, do ponto de vista bíblico, no que diz respeito ao casamento. O amor ágape é outro-centralizado e não autocentralizado. Mesmo no tocante à relação sexual, Paulo diz em 1 Coríntios 7. 3-5, que não há lugar para egoísmo nesse tão importante, sublime e íntimo relacionamento. Em nossa sociedade voltada para o egocentrismo, os casais cristãos precisam conscientizar-se de que o amor ágape é o único que pode fazer um casamento realmente bem sucedido.

Espírito antes da matéria
Em 2 Coríntios 4.18, Paulo diz: ' Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que não se vêem: porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas'. Mesmo sinceros e bem intencionados, somos impelidos pelos clamores do que há por fazer e confundimos o material com aquilo que é essencialmente do espírito. As coisas eternas são invisíveis. A alma, o galardão celestial, a fé, a esperança e o amor não podem ser vistos, mas são os mais importantes elementos do tempo e da eternidade.

Se continuarmos a nos submeter ao urgente, abraçando um estilo de vida cada dia mais intenso, devemos, enquanto é tempo:

- Parar e avaliar: Será que temos colocado pratos demais para girar nas varas?

- Pedir a Deus que nos mostre Suas prioridades para nossas vidas.

- Estar abertos às mudanças drásticas.

Que Deus nos ajude a caminhar rumo à disciplina de uma vida pessoal com Ele, aproveitando o tempo que temos em nossas mãos.

C.S. Lewis citou a seguinte frase: ''Ame a Deus de todo seu coração e faça aquilo que quiser!'' Se amarmos o Senhor nosso Deus de todo coração, teremos as perspectivas corretas para tomarmos decisões em nossas próprias vidas, e sermos bons mordomos do tempo precioso, que passa tão depressa por nossas mãos!


No Amor de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!

Fonte: Lar Cristão

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