sexta-feira, 13 de novembro de 2009

"Como Zaqueu" já está saindo das paradas de sucesso...





A maior prova de que uma música é de momento é quando ela aparece do nada, tem uma ascensão meteórica e depois cai em desuso.



A beleza desse tipo de música estava enquanto ela fazia sucesso. As pessoas se derretiam aos prantos quando cantavam aquela que consideravam "o louvor do século", até então. Hoje, ela já não é tão ouvida como há pouco mais de três meses. "Faz um milagre em mim", de Regis Danese, é exemplo disso. Mas ela não é a primeira a desaparecer depois do sucesso.



Quem não se lembra das músicas do Ministério Apascentar - ou Toque no Altar, ou ainda, Trazendo a Arca (já mudaram de nome de novo?) - "Restitui", "Faz chover", entre outras? Quem não se lembra também de Lázaro, que esteve no auge em 2008? Recentemente a febre nacional foi "Sabor de Mel". Essas e outras músicas já fizeram muito sucesso. Com o passar do tempo, o desuso as destroem, e elas ficam só na lembrança.



E para ajudar a proliferar essas músicas na cabeça das pessoas, elas eram tocadas ininterruptamente por onde quer que fôssemos. Bancas de CDs (piratas) gospel da esquina ou lojas de produtos evangélicos só tocavam a mesma música. Era inevitável a melodia não ficar alojada no cérebro. Mas depois que as pessoas começam a enjoar, o mercado fonográfico evangélico é ágil para mudar o repertório e lançar um novo hit.



Além disso, essas músicas sempre têm algum desvio bíblico bastante defendido com unhas e dentes pelos seus fãs. Quando não, levam as pessoas a fazer uma revolução egocêntrica. Só quando essas pessoas começam a refletir na letra, sem preconceito, é que caem na real e veem as distorções que as músicas apresentam.



Por essas e outras, a música gospel brasileira está vivendo de momentos. Essa de Regis Danese mexeu com a estrutura de muita gente, mas daqui a cinco anos as pessoas nem sequer vão saber quem é esse cantor, principalmente porque não se sabe se outra música dele fará tanto sucesso como a da história de Zaqueu. Espera-se que venham novas e melhores canções por aí.



Sabemos que há muita gente boa, com letras inspiradoras e talentos indiscutíveis na vida de muitos cantores. Mas a maioria dos CDs que são lançados hoje é voltada para o mercado, e não o enlevo espiritual. Os cantores, conscientes ou não, sabem que música que faz sucesso é aquela que fala sobre determinado assunto, como chuva, mel, milagre, restituição...



Se "Faz um Milagre em Mim" começa ser menos ouvida, não vai demorar para aparecer outra de sucesso. Esse ciclo mercadológico atende aos anseios de empresários, gravadoras e cantores, todos interessados no lucro, enquanto o povo fica nas alturas achando que está ouvindo uma obra clássica de Mozart que mal fala em Deus.


É por isso que as músicas cristãs evangélicas - principalmente as voltadas para os pentecostais - precisam passar por um processo diferente daquelas que são projetadas para o sucesso no mercado. Elas devem ser compostas com unção, pensando na edificação das pessoas e na glorificação do nome do Senhor. Seguindo esse caminho, o próprio Deus fará com que elas cheguem aos lugares mais distantes e, através delas, vidas se entreguem a Cristo.


Resta orar para que gravadoras e cantores lancem músicas de conteúdo, e não de momento.

A-BD

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