quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Pão de cada dia ...



Pela manhã vos fartareis de pão, e sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus.

(Êxodo 16.12)

O pão nosso de cada dia é um caso muito sério. Que o digam os milhões de famintos com seus longos olhares espalhados pelo mundo a fora. Que o digam os marmiteiros, os bóias-frias e também aqueles que têm uma mesa relativamente farta: o pão nosso de cada dia é cada vez menos nosso e, talvez não seja mais cada dia. Projeções sombrias sobre condições climáticas desfavoráveis, pragas na lavoura, erosão do solo, perda de fertilidade da terra e, sobretudo, a explosão populacional, que, por sua vez, pode detonar a fome numa reação em cadeia universal — tudo isso nos dá um frio e um vazio no estômago, prenúncio do que nos espera.

Foi com um sentimento bem igual que os ex-escravos judeus reagiram no deserto. O grande problema não era mais a exploração do seu trabalho, as ameaças, os maus tratos. Afinal, os egípcios cuidavam bem de suas máquinas com um combustível forte, cheiroso — os famosos panelões de carne. E agora não havia carne, não havia pão, não havia nada. Como diz o ditado: Em casa onde não há
pão, todo mundo briga, e ninguém tem razão. E a briga foi contra Moisés. Mas, na realidade, foi contra Deus — falta absoluta de fé.

Em outro texto encontramos os discípulos de Jesus sendo repreendidos pelo Mestre por um motivo idêntico, falta de fé na providência divina. E no caso deles houve o agravante de terem visto duas multiplicações de pães!

No que toca ao pão, nossa fé é tão curta quanto a própria digestão. Com a barriga cheia, dinheiro no banco, futuro profissional garantido, nenhuma tempestade à vista, somos os primeiros a condenar os discípulos e os judeus do Êxodo. Mas se as coisas são diferentes, não seremos os últimos a engrossar aquele desafinado coro.

Como cristãos, que temos a fé no perdão de Cristo e a esperança da vida eterna, podemos desconfiar de Deus e até nos rebelar contra ele se algum alimento falta em nossa mesa? Ou deveríamos prestar-lhe o máximo louvor pelas mínimas bênçãos recebidas a cada dia?

No Amor de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!


Pb.Altino G.Elerth

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